quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Philomena - Reino Unido, EUA, França, 2013 de Stephen Frears

Incrível como a paisagem conta a história deste filme, aliás, muito bem contada, as locações e a fotografia estão em total sintonia. Grande história e grandes interpretações.
Baseado numa história real, ocorrida na Irlanda dos anos 1950, "Philomena", conta a história  de Philomena Lee (Judi Dench, indicada ao Oscar de melhor atriz - desta vez se ela ganhar, não se surpreenderá) em busca de seu filho dado em adoção aos 3 anos de idade. Ainda jovem e sem a mínima educação sexual, ela engravida e seu pai a interna num convento, onde ela terá seu bebê, um menino, não sem antes sofrer muito no difícil parto. Ela o adora, mesmo não tendo a oportunidade de conviver como mãe dele. Com aproximadamente 3 anos de idade ele é “vendido” pelas freiras do convento para uma família americana. Os anos se passam e ela não aguenta mais guardar este segredo e conta para sua filha, que vai procurar alguém para escrever esta história e ajudar sua mãe. Isto se dará com o jornalista Martin (Steve Coogan) e os dois sairão à procura, ela de seu filho e ele de uma história para escrever.
Quanto à paisagem, temos três cidades diferentes; na Inglaterra os jardins querem uma aproximação aos jardins naturais, sem muita simetria nem topiaria e com grandes gramados. É lá que começa a ser contada a história de Philomena. De lá ela e Martin viajam para Irlanda, lá, na primeira parte, é outono, com suas árvores de folhas amarelas e vermelhas cujo colorido, para mim, não simboliza alegria e sim esperança. Já podemos ver forrações e gramados bem secos e no pequeno cemitério as ervas daninhas dominando o local – nada por acaso. Terceira locação, Washington, com toda sua arborização - vale lembrar que a capital dos EUA tem 170m² de áreas verdes por habitante, só para se ter uma ideia, São Paulo tem pouco mais de 4m²/hab. Lá também aparecem os típicos jardins americanos, quase sempre com a bandeira americana à mostra. Na volta à Irlanda as folhas amarelas já haviam caído, assim como a esperança de Philomena, desta vez todo gelo e frio enfatizarão o sofrimento, a angústia e a decepção. Ao chegar ao antigo convento eles param o carro sobre um lindo chorão - com este nome nem preciso falar nada - e além disso, é desta árvore que é retirado o princípio ativo para uma grande parte dos medicamentos para aliviar a dor, o ácido acetil salicílico que vem de Salix alba ou Salix babilônica, que é o nome popular daquela árvore. E uma frase dita pelo jornalista Martin fecha com chave de ouro: “_Vocês poderiam pelo menos tirar as ervas daninhas que encobrem os túmulos das jovens e seus bebês que morreram aqui.”


2 comentários:

Lucia Nunes disse...

Belíssimo filme. Excelente leitura! Continue escrevendo !!!!!! Quero ler seus comentários antes de assistir aos filmes ! Bj Lucia

Unknown disse...

Assucena,
Este Chorão que vc comenta, seria a mesma espécie daquele filme "Meu primeiro amor"?
É Uma árvore onde as crianças brincam e sobem nele, fixa na beira de um lago.
Me apaixonei por esta árvore desde quando assisti esse filme
Sonho um dia em ter um plantado na minha casa
Só pra poder admirar aquelas tranças lindas balançando no vento
O nome é salgueiro chorão, ou só chorão?
Um grande beijo