quarta-feira, 10 de julho de 2019

A mula



A Mula, 2019 - EUA, direção de Clint Eastwood, com Clint Eastwood, Bradley Cooper, Laurence Fishburne, Andy Garcia entre outros.

Não é o primeiro filme que Clint Eastwood aparece cuidando de plantas ou brigando com alguém que maltrata as mudinhas.
Em A Mula, no início do filme Clinton aparece cultivando Hemerocalis, mais conhecidos como lírios (plantas com muitos híbridos), com toda pompa que os cultivadores/produtores tinham. Ganhava prêmios e reconhecimento o que era muito comum em festivais de plantas. Sua relação com os lírios era tão forte que sua família é deixada em segundo plano. Porém com a modernização, tecnologia e a venda de flores pela internet muitos perdem espaço, dinheiro e até respeito, até o Clint. Ele envelhece e se vê sem flores, família e amor próprio.
É nesse momento que recebe um convite para transportar drogas, como mula.
O dinheiro fácil, a chance de resgatar a família e o respeito dos amigos faz com que ele continue transportando, sem muita consciência ele faz como se fosse uma brincadeira o que elimina qualquer chance de desconfiança policial.
Trata-se de uma história real de Leo Sharp, que havia recebido uma série de honras por seus trabalhos como paisagista, floristas, assim como por ter lutado na Segunda Guerra Mundial. Porém sua fama mesmo veio aos 90 anos quando foi preso por portar o equivalente a três milhões de dólares em cocaína no seu carro, uma picape velha, no Michigan.
As interpretações são leves, a trilha sonora bem escolhida e a direção, como sempre muito boa.
Fato é que, ver um senhor de 88 anos interpretando e dirigindo um filme tão plenamente é de tirar o chapéu!

terça-feira, 9 de julho de 2019

Amanda





Amanda - “Amanda” França, 2018, de Mikhaël Hers, com Vincent Lacoste, Isaura Multrier, Stacy Martin.

Amanda é um dos poucos filmes franceses, parisienses, que não têm como uma das personagens principais a própria Paris. A figura da Torre Eiffel, nas filmagens, aparece em forma de brinquedo que protege o buraco onde a bola deve ser encaçapada, sem Champs Elisee, nem Notre Dame. Podemos dizer, um filme diferente, mas mantendo o modo de fazer, mostrando uma boa história filmada de modo simples.
O filme mostra pessoas dormindo na rua, massacres contra a população, discussões na rua entre culturas diferentes, os “bicos” trabalhos informais realizados por todos, especialmente os jovens. Um certo tom de desilusão, não somos mais os mesmos. Paris não é mais a mesma.

Nosso protagonista, o galã Vincent Lacoste representa David, os galãs franceses são pessoas normais, sem físicos exuberantes e rostos desenhados, gente como a gente. David é um podador de árvores que é chamado quando a Prefeitura necessita de seu trabalho. Em São Paulo ele seria chamado diariamente, em Paris, com a arborização urbana muito bem planejada, deve sobrar tempo, pois David aparece podando também cercas vivas de arbustos, bem típico de jardins franceses! E ponto positivo ao mostrar os equipamentos de proteção individual muito bem usados.
Outra cena muito bonita: no orfanato, os filhos de pessoas mortas nos ataques praticando jardinagem, sem dúvida uma atividade para amenizar a dor.
A história mostra nosso herói com 24 anos, ele não tem muitas ambições, vive de podar arvores e alugar apartamentos tipo Booking. Quando sua irmã mais velha morre em um ataque terrorista, David se vê na condição de tutor de sua sobrinha de 7 anos, Amanda. A relação dos dois é construída com muita delicadeza e aprendizado de ambos os lados. A cena final mostra otimismo, numa belíssima interpretação de Isaure Multrier, ao citar “Elvis saiu do prédio” (expressão que representa que tudo está perdido) percebe que há chances ainda, seu sorriso final mostra esperança.