Amanda -
“Amanda” França, 2018, de Mikhaël Hers, com Vincent Lacoste, Isaura Multrier,
Stacy Martin.
Amanda é um
dos poucos filmes franceses, parisienses, que não têm como uma das personagens
principais a própria Paris. A figura da Torre Eiffel, nas filmagens, aparece em
forma de brinquedo que protege o buraco onde a bola deve ser encaçapada, sem
Champs Elisee, nem Notre Dame. Podemos dizer, um filme diferente, mas mantendo o modo de fazer, mostrando uma boa história filmada de modo simples.
O filme
mostra pessoas dormindo na rua, massacres contra a população, discussões
na rua entre culturas diferentes, os “bicos” trabalhos informais realizados por todos,
especialmente os jovens. Um certo tom de desilusão, não somos mais os mesmos.
Paris não é mais a mesma.
Nosso
protagonista, o galã Vincent Lacoste representa David, os galãs franceses são pessoas normais, sem físicos exuberantes e rostos
desenhados, gente como a gente. David é um podador de árvores que é chamado
quando a Prefeitura necessita de seu trabalho. Em São Paulo ele seria chamado
diariamente, em Paris, com a arborização urbana muito bem planejada, deve
sobrar tempo, pois David aparece podando também cercas vivas de arbustos, bem
típico de jardins franceses! E ponto positivo ao mostrar os equipamentos de proteção
individual muito bem usados.
Outra cena muito bonita: no orfanato, os filhos de pessoas mortas nos
ataques praticando jardinagem, sem dúvida uma atividade para amenizar a dor.
A história
mostra nosso herói com 24 anos, ele não tem muitas ambições, vive de podar arvores e
alugar apartamentos tipo Booking. Quando sua irmã mais velha morre em um ataque
terrorista, David se vê na condição de tutor de sua sobrinha de 7 anos, Amanda.
A relação dos dois é construída com muita delicadeza e aprendizado de ambos os
lados. A cena final mostra otimismo, numa belíssima interpretação de Isaure
Multrier, ao citar “Elvis saiu do prédio” (expressão que representa que
tudo está perdido) percebe que há chances ainda, seu sorriso final mostra esperança.
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