O novo filme de Almodóvar “Abraços Partidos” causou certa estranheza nos fãs, talvez porque ele traga uma visão masculina e como todos sabem e gostam é o retrato da alma feminina o que ele faz de melhor. Alguns falaram que não reconheceram o grande diretor. Na minha opinião edição está perfeita, os closes enfatizam os saltos altos as cruzes o excesso de maquiagem, os planos abertos mostram as cores quentes, os vestidos extravagantes. Para mim não fica dúvida quanto à autoria do filme.
O filme mostra duas histórias paralelas que ocorrem com uma diferença de alguns anos. Almodóvar tece as histórias com bastante maestria. Faz referência a grandes filmes e a ele próprio. É o cinema no cinema.
Fico sempre pensando, será que a escolha das plantas e estilos de jardins é pensada? Por que ele mostra uma cerca – viva, sendo cortada milimetricamente pelo jardineirom, na casa de um milionário empresário que controla a vida da mulher e um jardim bem natural, com muitas flores na praia onde o casal protagonista passa bons momentos? Ou mesmo por que ele coloca uma foto de um cacto juntos com fotos rasgadas.
Outro momento que gostei muito foi quando um o diretor/escritor cego Harry Caine (Lluís Homar) passa a mão carinhosamente nos gerânios.
Sendo ou não o melhor filme de Almodóvar, vale a pena conferir.
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