segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Linha de Passe


Linha de Passe (Brasil 2008) - Direção: Walter Salles e Daniela ThomasElenco: Sandra Corveloni, João Baldasserini, Vinícius de Oliveira, José Geraldo Rodrigues e Kaíque Jesus dos Santos.

Realidade Nua e Crua.
É assim que vejo o novo trabalho de trabalho de Walter Salles e Daniela Thomas: a realidade da cidade e de uma grande parte da população que mora na periferia de São Paulo. Não aparece uma única árvore e nem uma massa verde, somente alguns poucos cactos, na verdade o único verde é o do campo de futebol. Falta de planejamento, de cuidados e de apoio do governo que são refletidos na vida de quatro jovens que estão na linha, ou por um fio. De um lado, a difícil vida de trabalho, do outro, a marginalidade. Muito bem apresentado, principalmente em filmagens paralelas as rotas de fuga – o futebol, a igreja, o álcool, cigarro e até não programar o nascimento de um filho.
Assisti a este filme com uma amiga que disse ao final da exibição “o filme é uma tapa na nossa cara”. Assim como eu, ela gostou muito de Linha de Passe. Não sei se é porque eu estou um pouco mais acostumada com a vida de jovens muito parecidos com os que aparecem no filme, que para mim, principalmente o final me passou esperança.
Algumas pessoas ficaram com aquela sensação de cinema francês, meio sem final, mas particularmente gostei muito e vi uma luz no fim do túnel, aliás, sei que existe.
O gol marcado Dario (Vinícius de Oliveira), aspirante a jogador; o abrir dos olhos de Dinho (José Geraldo Rodrigues), frentista de posto de gasolina freqüentador da igreja evangélica que percebeu que milagres não acontecem; o ar de liberdade de Reginaldo (Kaíque Jesus Santos), o caçula que procura o pai entre tantos motoristas de ônibus e Dênis (João Baldissieri), motoboy que após praticar um assalto não leva nada e apenas pede para que a pessoa que foi assaltada olhe para ele. Como se estivesse gritando “eu existo”.
A bela a atuação de todos, inclusive de Sandra Corveloni, ganhadora do troféu de melhor atriz, no Festival de Cannes em 2008, que interpreta Cleuza uma mãe solteira que luta para criar os quatro filhos, é mais um dos motivos para classificar este filme como ótimo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Su,muito legal a sua idéia do blog, parabéns! Ainda não assisti o filme, mas fiquei com mais vontade ainda e agora, atenta também ao seu olhar! Bj, Cris.