quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Margareth Mee e a Flor da Lua


Margareth Mee e a flor da lua – Brasil, direção: Malu de Matino – 2013.
É um belíssimo documentário que retrata a passagem da ilustradora Margareth Mee pelo Brasil, dificilmente encontramos alguém que desenhe com tanta precisão e poesia as plantas brasileiras. Ela viveu no Brasil por 36 anos e realizou 15 expedições à Floresta Amazônica, já em 1956 começou a chamar a atenção para a preservação da Amazônia brasileira.
O respeito que ela tinha pelo Meio Ambiente foi retratado com muita poesia no filme. A sua busca por desenhar a flor do Strophocactus wittii ou  Selenicereus witti , um cacto nativo da Amazônia, que vive na parte mais alta das árvores e suas flores desabrocham somente a noite e muito rapidamente em apenas uma noite por ano, é linda.
Suas ilustrações, muitas de bromélias, são até hoje, uma fonte preciosa de pesquisa para a botânica, a maioria está no Instituto de Botânica, em São Paulo.

Filme recomendado para quem gosta de flores, poesia, natureza e respeito. Eu gosto!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Attila Marcel

Attila Marcel - França (2013) – Direção Sylvain Chomet
A trama gira em torno de Paul (Guillaume Gouix), que quando tinha dois anos de idade viu seus pais morreram e trauma lhe fez perder a fala. Agora por volta de 30 anos Paul é pianista e mora com duas tias aristocratas. Sua vida é uma grande rotina até que entra no jardim da Madame Proust (Anne Le Ny), sua vizinha excêntrica e divertida que vai ajudá-lo a começar a viver. Para tanto ela conta com a ajuda de alguns chás de aspargos e cogumelos cultivados por ela mesma no seu apartamento em Paris.
Duas cenas me chamaram muita atenção, a primeira uma grande castanheira presente em um parque perto da casa de Paul, linda no meio da praça, onde as crianças brincam e aproveitam sua sombra. A mesma mais tarde será cortada, uma pena, pois do modo que aparecem os pedaços cortados não existe nada que justifique o corte, mas sim um tratamento na árvore. Aparecem pessoas contrárias ao corte, típicas francesas.

A segunda e mais significativa, que me fez suspirar, foi o apartamento transformado em jardim, onde eram cultivados muitos legumes e flores, simplesmente lindo. É o máximo, os espelhos pendurados para que o sol seja refletido para todos os cantos, afinal hortaliças precisam de muita luz. E é exatamente lá que Paul quebra a dormência e se lança para vida, como uma semente.
O filme é cheio de metáforas e poesia, vale a pena ver!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Magia ao Luar


Magia ao Luar – “Magic in the Moonlight” – EUA  – Direção Woody Allen , 2014

Stanley (Colin Firth) é um mágico inglês prepotente, egocêntrico e com ar de superioridade que é o álter ego de um mágico chinês Chung Ling Soo com convicção que o mundo é empírico e racional. É considerado um dos melhores mágicos, pois seus números são truques bem construídos. Seu amigo de longos anos Howard Burkan (Simon McBurney), também mágico, o procura para que ele desmascare uma garota chamada Sophie (Emma Stone) que se diz uma médium. Stanley aceita e viaja até o sul da França e passa a tentar a todo custo desvendar os mistérios que envolvem sua mediunidade, com a aproximação ele acaba por entrar em outra magia.
Acho Woody Allen meio sarcástico e intelectual, e muitas vezes fascinante. No filme “Magia ao luar”, uma doce comédia romântica traz dois atores de tirar o chapéu, Colin Firth e Emma Stone, além das boas risadas é o tipo de filme de te deixa um tempo sorrindo. Adoro a participação das plantas nos filmes de Woody Allen, a composição é perfeita. Os jardins mostrados no filme são de tirar o fôlego, caramanchões de glicínias e de rosas, canteiros lindos de íris, participações de agapanthus e primaveras dando um show. Vale a pena assistir nem que seja só pela fotografia. Allen usa a proporção de tela de 2.35:1, conhecida como janela panorâmica ou anamórfica, que deixa o filme mais bonito, dá vontade de entrar no jardim.